Quando tudo e nada parecem ser a mesma e inútil coisa. Eu estava ali, parada diante daquele que aprendi a sempre odiar, daquele que sentimentos não me cabiam sentir... Antes era assim, antes ; pois agora meus olhos dos seus não conseguem fugir, meu coração sem seu ser não consegue bater, mas minha cabeça sabe o quão errado eu estava por sentir e sentindo. Seus olhos pareciam confusos, seu coração mais ainda e eu sabia que a culpa sobre mim caía, eu tinha a resposta na consciência, mas ela me fugia por meu coração pedir para que ali eu continuasse, parada, muda e, como sempre, transparente como a água que ele nunca viu. Dois mundo distintos, colocados frente a frente pelo destino, que sabia que um ia sair machucado e esse um, eu sabia que era eu. Ele continuava a segurar meus braços com medo de que daquele lugar fosse sair, ele não sabia que estava no lugar onde pagaria a sentença que fosse para ficar e permanecer. Egoísta, muito egoísta estava sendo ao ficar imóvel enquanto o via entra
Na solidão da noite, consigo me enxergar de fato. Vejo as gêmeas sentadas lado a lado, tão diferentes, as vezes tão distantes e tão cúmplices ao mesmo tempo. Elas se sentam para compartilhar as experiências do dia. Todo dia. Sempre a noite, elas decidem se falar, as vezes durante horas, as vezes somente se olham por um segundo. A razão e a emoção depois de muito não se entenderem e não conversarem e a emoção por um tempo não querer existir, hoje elas mantém contato diário. Eu as observo de longe porque não quero incomodá-las, afinal já fiz isso durante o dia. Me permito repousar e deixar que elas debatam amigavelmente sobre mim. Toda noite. Eu ali, dividida em duas, permitindo me conhecer mais. Nem que seja por um segundo, eu aprecio a reunião delas, tão diferentes, tão complexas a seu modo e tão íntimas. Lá estou eu, dividida em duas, sabendo que no fundo sou uma, uma pessoa que tem um par dentro de si. até breve (: